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Aqui também, a criatividade na Arte do Pensamento presta homenagem ao Ser, e para além de autores já consagrados, damos espaço aos jovens valores que connosco queiram colaborar em vários temas.

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As Escolas Védicas

de Kumud Mohan

em 13 Nov 2008

  «Acreditamos em ahimsa ou não-violência. Em qualquer caso, os castigos físicos iam resultar em ressentimentos e reforçar o problema, em vez de corrigir a criança. Normalmente mostramos as consequências do aluno a ele mesmo e encorajamo-lo a pensar sobre isso. Uma vez convencido do seu erro, ele mesmo decide o seu próprio castigo».

A preservar a tradição dos “Gurukuls

São 8h da manhã. O shanti path (invocação para a paz) acabou no yagya shala. Os rapazes, com as cabeças rapadas e vestidos em dhotis e kurtas brancas e imaculadas, silenciosamente dirigem-se até aos edifícios das aulas. Por uma escadaria simples de cimento, chega-se a um corredor cheio de salas para aulas. O seu espaço vazio é uma surpresa. Não há cartazes, nem mesas, nem cadeiras. Apenas quatro paredes sem adornos e algumas janelas protegidas com grades. De um lado há um quadro e um chowki ou palco ligeiramente elevado. Os estudantes deixam os seus sapatos lá fora e, espalhando os seus pequenos tapetes individuais no chão, sentam-se na postura de padmāsana ou a postura de lótus – considerada a ideal para o equilíbrio entre a mente e o corpo e a melhor para a concentração e absorção.

O professor entra na sala, igualmente com a cabeça rapada e vestido com o mesmo uniforme de dhoti e kurta. Os jovens levantam-se e um por um vão tocar os seus pés respeitosamente. O professor levanta a sua mão direita num gesto de bênção ou “ashirwad” antes de se sentar em frente deles na padmāsana em cima do chowki. A lição sobre a literatura do sânscrito começa. Hoje, o texto trata da sabedoria dos contos interessantes sobre animais no Panchatantra.
Shrimād Dayanand Vedarsh Mahāvidyālaya, situada ao sul de Delhi (filiada ao Dayanand Saraswati Vishwa Vidyālaya, da Universidade de Rohtak) é uma entre as trezentas escolas na Índia que estão a lutar para salvar a tradição antiquíssima do ensino dos “gurululs”. Estabelecida há cerca de 70 anos pelo Swāmi Sacchinānda Yogī, esta instituição no passado produziu um corpo de alunos altamente motivados que participaram nos movimentos de não cooperação iniciados por Mahātma Gandhi (§) em 1942 e 1946. Depois da independência da Índia em 1947, todavia, uma falta de patrocínio juntamente com uma escassez de fundos resultou num declínio e eventual encerramento em 1961.

Todavia, cerca de 18 anos mais tarde, o Achārya Haridev de Jhajjar, Haryana, conseguiu reanimar a escola e começou a funcionar outra vez a partir de 1979. Hoje, situa-se num recinto de 6.000 metros quadrados e o Shrimād Dayanand Vedarsh Mahāvidyālaya fornece uma educação e facilidades residenciais para alguns 250 brahmachāris (celibato) segundo as tradições dos “gurukuls” védicos e funciona num regime de organização sem fins lucrativos, como estipulado pelo Swāmi Dayanand Saraswati. Jovens rapazes que concluíram o 5º ano nas escolas regulares e conseguem satisfazer alguns critérios ligados com conhecimentos gerais, poder de aprendizagem e habilidade de matemática (cerca de metade dos candidatos são rejeitados) são admitidos sem discriminação segundo a sua casta, comunidade ou religião.
Vêm de todas as partes do país – Assam, Bengala, Maharashtra, Orissa, Up, Bihar, Karnataka… Mais de sessenta por cento deles pertencem às camadas mais pobres da sociedade (muitas vezes são tribais) porque os seus pais acham que a criança terá um futuro melhor na Mahāvidyālaya. Em qualquer caso, ao pagar umas propinas de 400 rupias por mês (8 euros) para a responsabilidade total de criar uma criança, incluindo os livros, comida, roupa, educação e saúde, é menos do que aquilo que gastariam em casa. Às vezes, pais de famílias cultas, que lamentam a ausência das tradições indianas no modelo britânico de Macaulay que prevalece na Índia, preferem enviar os seus filhos a um “gurukul”. Por exemplo, Amit Kumar, duma família abastada e terratenente em Meerut, Uttar Pradesh, veio para aqui porque os seus pais preferiram as tradições dos “gurukul” e queriam que ele aprendesse bem o sânscrito.
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