Em 15 de Abril de 1930, o conde Hermann de Keyserling, convidado pela Junta de Educação Nacional, depois de ter exprimido a Alberto de Oliveira, escritor e ministro (ou embaixador português) em Roma, a vontade de visitar Portugal, chega a Lisboa, para pronunciar três conferências, animadoras de ideias, às quais assistirá grande parte da intelectualidade portuguesa e que os jornais ecoaram em artigos assinados por Simões Dias, Vitorino Nemésio e outros. A primeira conferência foi pronunciada na Sociedade de Geografia, a 16, sob o título A Alma de uma Nação, seguindo-se mais duas, a 21 e 22, tendo depois partido para o Porto, onde o escutariam pensadores da Renascença Portuguesa, tal como Leonardo Coimbra e Sant’Anna Dionísio, como este último me confirmou. Ora também Fernando Pessoa assistiu certamente, pelo menos à primeira das conferências, pois escreveu uma carta dactilografada a Keyserling, com a data de 20 de Abril (e que esteve longo tempo perdida ou inédita antes de eu a publicar), para além de dever ter lido ainda os relatos jornalísticos, alguns bem desenvolvidos.
«Acreditamos em ahimsa ou não-violência. Em qualquer caso, os castigos físicos iam resultar em ressentimentos e reforçar o problema, em vez de corrigir a criança. Normalmente mostramos as consequências do aluno a ele mesmo e encorajamo-lo a pensar sobre isso. Uma vez convencido do seu erro, ele mesmo decide o seu próprio castigo». São 8h da manhã. O shanti path (invocação para a paz) acabou no yagya shala. Os rapazes, com as cabeças rapadas e vestidos em dhotis e kurtas brancas e imaculadas, silenciosamente dirigem-se até aos edifícios das aulas. Por uma escadaria simples de cimento, chega-se a um corredor cheio de salas para aulas. O seu espaço vazio é uma surpresa. Não há cartazes, nem mesas, nem cadeiras. Apenas quatro paredes sem adornos e algumas janelas protegidas com grades.
De todas as línguas do mundo o sânscrito foi sem dúvida a que produziu a mais abundante literatura. Dos poemas líricos, dois se destacam pela perfeição o Meghaduta e Śakuntalā ambos de Kālidāsa, que alcançou a maior popularidade tanto na literatura indiana, como na do ocidente. Kālidāsa, é assim considerado uma luz no firmamento literário do mundo. A riqueza da sua visão criadora, a sua percepção das belezas da natureza, aliada a uma melodiosa cadência métrica, é a combinação perfeita que colocam Śakuntalā, na vanguarda das obras líricas, pela suprema criatividade. Segundo a tradição indiana, Kālidāsa era um brâmane contemporâneo do rei Vikrama – Ādtya de Ujjayini por volta de 57 A.C. o qual teria protegido alguns literatos na sua corte. Embora seja incerta a data ou mesmo a era deste poderoso monarca protector das letras, situa no entanto a vida de Kālidāsa, havendo por isso limites entre 150 A.C. a 634 D.C.. É portanto, no século I A.C., que a tradição coloca Kālidāsa. Śakuntalā, a jóia indiana, em peça de teatro, começa por uma evocação à Divindade. Śakuntalā é o nome de uma jovem de 18 anos que foi criada na floresta, feliz no meio da natureza, educada por um sábio. Aqui, o saber é expresso nos diversos estados de alma de cada personagem, em diálogos que demonstram a espontaneidade não só dos sentimentos, como de uma fraternidade que comove pela pureza, que ainda hoje grande parte da humanidade não atingiu. A mística e espiritualidade fluindo pela boca dos participantes revela a grandiosidade do pensamento e da vivência quotidiana, assente na profunda filosofia e religiosidade da Índia. É de uma magia transcendente este excelente conto, que atinge delicadas nuances de universalidade.
O Velho Testamento da Bíblia, foi escrito, elaborado e traduzido, após passarem muitas gerações, até que ficasse arquivado nas páginas da Bíblia, tendo sofrido muitas alterações e algumas interpretações erradas ou deturpadas. O seu início, a génese, relata-nos os primórdios da história, de uma maneira simbólica, pouco explícita, e por vezes absurda, que aceitamos como sendo a única verdade, por não conhecermos outra mais convincente. Quanto ao Novo Testamento, tal como nós o conhecemos, foi escrito por Quatro Evangelistas, que dizem todos a mesma coisa, cada um à sua maneira. Contudo, não falam na mensagem mais importante e original dos ensinamentos verdadeiros de Jesus, que foram omissos e destruídos, quando da estruturação da Igreja Católica, no Concílio de Niceia, no ano 325, pela convocação dos Clérigos Romanos e presidido pelo Imperador Constantino. A mensagem dos ensinamentos de Jesus, difundida pelos seus seguidores não agradava a Constantino, que temia o Verdadeiro Evangelho Humanista de Jesus Cristo, por revelar a verdadeira natureza compassiva de Jesus por todas as criaturas, e conter mensagens muito importantes para se ser um bom Cristão. Constantino gostava demais dos prazeres dos banquetes e da luxúria, e não queria que o povo o condenasse e seguisse a mensagem Essénia contrária aos seus interesses.
Falar sobre a problemática do Conflito no Médio Oriente, envolvendo Israel, Palestina, Líbano e países Árabes vizinhos é, sem dúvida, uma questão muito melindrosa e difícil de compreender e comentar. Muito se discute e especula sobre este conflito, que já dura há muito entre Israel e Palestina, tendo agora se alargado, novamente, à Faixa de Gaza e ao Sul do Líbano, que esteve aparentemente adormecido, por algum tempo, e que voltou outra vez, à carga, com força, pelos ataques do Hamas e do Hezbollah. Este Conflito, quer seja com o Hamas, na Faixa de Gaza, ou com o Hezbollah, no Sul do Líbano, ou com os mal-entendidos com os países vizinhos, enquadra-se sempre no mesmo problema, a luta de Israel contra as forças político/militares terroristas. Israel, que tem todo o direito de se defender das forças muçulmanas agressoras, tem estado sempre alerta e armado até aos dentes, com todas as espécies de armas, visto estar submetido a ameaças permanentes, quando gostaria de viver em paz. Porém, a sua luta não é contra os países vizinhos propriamente ditos, mas contra os ataques das forças terroristas que se encontram infiltradas e procuraram refúgio naqueles países que confinam com Israel, numa atitude cobarde e enganadora, procurando passar a mensagem de irmãos e heróis seus defensores.