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Aqui também, a criatividade na Arte do Pensamento presta homenagem ao Ser, e para além de autores já consagrados, damos espaço aos jovens valores que connosco queiram colaborar em vários temas.

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Dhamma Talk - Palestra

de Ajahn Sumedho

em 29 Abr 2006

  Em Setembro de 2005, como em todos os anos, Ajahn Sumedho liderou um Retiro de dez dias em Amarāvatī. A reflexão exprime por um lado o espírito essencial da “Tradição da Floresta” e por outro ultrapassa o limiar convencional, tocando na essência pura desse conhecimento que transcende todas as formas, convenções ou religiões, incluíndo a Budista (pois o próprio Buddha encorajava à transcendência de toda a forma). Nesta exposição permanece o símbolo de uma união que gradativamente se concretiza no nível espiritual. A união do Oriente com o Ocidente. Entre as palestras dos diversos dias, houve particularmente uma que sobressaiu pela sua erudição. Aqui se transcreve traduzida essa palestra como oferta do Dhamma.
Dhammiko


Ajahn SumedhoNamo tassa baghavato arahato samma sambudhassa
Namo tassa baghavato arahato samma sambudhassa
Namo tassa baghavato arahato samma sambudhassa

Ora, então já só temos Sexta, Sábado, e Domingo o Retiro acaba.
Reflictamos então sobre o resultado do Retiro até aqui, não em termos de “bom” ou “mau”. Por vezes as pessoas dizem, “tive um mau retiro” ou “um bom retiro”. Mas mau retiro também é bom e se houvesse só bons retiros nunca se aprenderia nada (sorri).
As convenções religiosas têm as suas formas e isso são precisamente convenções. Assim por exemplo, questões sobre os budistas não acreditarem em Deus e coisas do género (sorri), aqui neste caso está-se a misturar convenções. Tal como linguagens diferentes, são só convenções. E a palavra “Deus”, o que é que isso quererá significar? Acontece muitas vezes, que a palavra “Deus” usa-se como se todas as pessoas concordassem da mesma maneira no que se pensa. O que é que se quererá dizer no contexto cristão ou no contexto judaico? “Deus” é a palavra utilizada. Mas no contexto budista por exemplo fala-se em ensinar deuses e homens, não é de ensinar Deus e os homens... deuses neste caso não equivale a Deus no sentido Cristão da palavra. Portanto, isto tudo são palavras que procedem de formas em que existe uma concórdia ao falar ou ao reportar-se em termos de “desenvolvimento espiritual”, e assim quando misturamos tudo (religiões, crenças), gera-se confusão. Portanto, ao ensinar dentro do contexto budista, tenta-se ficar perto do uso de terminologias budistas, de como saber usar o contexto budista.
Isto não é um Retiro sobre comparação de religiões (sorri), mas sobre meditação e de como saber usar a convenção budista.
É interessante de ver, como no Budismo, o Buddha (§), tenha Ele acreditado em “Deus” ou não, esse nunca foi o tipo de abordagem que Ele assumiu em relação à vida espiritual, mas fê-lo sim, quase em direcção oposta e isto é o que realça as “Quatro Nobre Verdades”. E estas não são verdades metafísicas, não se trata de tentar definir a “realidade última” ou até de se usar termos para outros factores que não os negativos como o “Incondicional”, o “Incriado”, “Cessação”, “Nibbāna” (Nirvāna).

As religiões teístas por seu lado, costumam começar muito mais por doutrinas metafísicas, “eu acredito em Deus”...mas isto no Budismo equivale a, pelo menos na Tradição Theravada, “o sofrimento existe”, “a sua causa existe”, “a sua cessação existe” e “o caminho para a cessação do sofrimento existe”. Ou seja, é quase o reverso, toma o sentido reverso da conduta em oposição à religião teísta. Ora a “Primeira Nobre Verdade” é baseada numa experiência bastante comum e certamente que não é uma verdade metafísica, é uma realidade existencial, não é assim? O sofrimento é uma experiência comum a todos os seres humanos, todos os seres sencientes. E pondo isso dentro do contexto de uma “Nobre Verdade”, que nobreza é que se pode encontrar acerca do sofrimento? A mim parece-me um facto maléfico, em termos da minha mente americana (sorri)...o que eu quero é fugir disso, como é que nos livramos disso? Como é que saímos de um sofrimento? Então esta abordagem do Buddha é precisamente para compreendermos o sofrimento, como nós o criamos. Portanto ao dar uma palestra, estou constantemente a apontar a forma como as coisas são, esta experiência existencial de sentar, respirar, sentir, de estar nesta forma sensível. Eu tenho estado num corpo humano, eu tenho estado consciênte...eu não estou a tentar dizer o que vocês deviam pensar sobre isto, mas a indicar-vos e a encorajar-vos a acordar e a observar, para se aperceberem. Isto é plena atenção, acordar para a realidade deste momento assim tal como é, que inclui felicidade, sofrimento ou o que seja que estejam a experimentar agora mesmo.

A ênfase que se dá a toda a fenomenologia condicional é impermanente.
  (... continua) 


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