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O Tauísmo - 1ª Parte

de Lubélia Travassos

em 16 Abr 2007

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No quarto livro a cena leva-nos, da vida individual para o mundo dos homens e mostra-nos o modo como se deve actuar nele. O tema deste livro também procura manter a perspectiva global e não se prender por qualquer particularidade. Na verdade, a particularidade poderá resultar na utilidade, mas esta poderá ser motivo do homem ser usado. Ele poderá ser apanhado na teia do mundo dos fenómenos, como uma peça da grande máquina social e dessa forma transformar-se num “profissional” ou “perito”, enquanto o “inútil”, que está para além dos antagonismos, salva a sua vida exactamente por isso.
O quinto livro intitula-se: “O selo da vida plena”, que revela através de diversas parábolas como o contacto interior com o Tau, que oferece a verdadeira vida desinteressada, exerce uma influência interna sobre os homens, em face da qual é necessário que toda a influência aparente desapareça. São histórias de aleijados e de homens terrivelmente feios, através das quais esta verdade se manifesta de forma mais clara, exactamente devido ao paradoxo da condição exterior. Com essa verdade acentua-se ainda mais o antagonismo entre a jóia interior e a roupagem "rústica" da aparência exterior. Obtém-se aqui um aspecto que conferiu ao Tauísmo, também no seu período posterior, algo de paradoxal. O ponto de vista do Tauísmo é divergente. A humilhação e a fealdade não devem ser encaradas nem como sofrimento nem como uma situação inevitável. O homem, após ter atingido a perspectiva transcendente da contemplação do ser, está para além dos antagonismos, tal como a felicidade ou a infelicidade, ou como a vida ou a morte, onde nenhum deles está próximo do Tau, visto que esses antagonismos são elos de importância semelhante num círculo de movimento eterno.

Certa vez Hui-Tzu perguntou a Chuang-Tzu se haveria realmente seres sem sentimentos humanos, ao que este respondeu categoricamente que sim. Então Hui-Tzu replicou: «Mas, um homem sem sentimentos não pode ser chamado homem». Chuang-Tzu declarou: «Como o Tau eterno do céu lhe conferiu uma figura humana, ele deverá ser chamado homem». Retorquiu Hui-Tzu: «Porém, os sentimentos fazem parte do conceito do homem». Chuang-Tzu acrescentou: «Não são esses os sentimentos a que me refiro. Quando me refiro a alguém sem sentimentos, significa que esse homem não prejudica o seu ser interior, com as suas simpatias ou antipatias. Ele obedece em todas as coisas à natureza e não procura valorizar a própria vida». Hui-Tzu volta a dizer: «Se não procura valorizar a sua vida, como é então que pode existir o seu ser?». Ao que Chuang-Tzu respondeu: «O Tau eterno do céu deu-lhe o corpo e ele não prejudica o seu ser interior com inclinações e aversões. Mas vós ocupais o vosso espírito com coisas que estão fora dele e desperdiçais, em vão, as vossas forças vitais... O céu deu-vos o vosso corpo e nada sabeis fazer melhor do que repetir a lenga-lenga dos vossos sofismas».

O sexto livro é um dos livros mais importantes de Chuang-Tzu e intitula-se "O grande ancestral e mestre". Esta obra trata do problema do homem, que encontrou o acesso ao grande ancestral e mestre, o TAU. A mesma afirma: «Os homens verdadeiros nunca tiveram medo de estar sós. Nunca realizaram actos heróicos e nada planejaram. Desta forma, nunca tiveram motivo de arrependimento ao falharem, nem qualquer razão de orgulho pelo seu êxito. Serão, por isso, capazes de subir às alturas mais elevadas sem sentir qualquer vertigem. Poderão atravessar a água sem se molharem, atravessar o fogo sem se queimarem. Não terão sonhos enquanto dormem, nem preocupações durante a vigília. Será simples o seu alimento e profunda a sua respiração. Não conhecerão a alegria de viver, nem a aversão da morte. Não se queixarão de ter de sair da vida, nem de se rejubilarem ao entrar nela. Chegarão serenamente e serenamente partirão. Não se esquecerão da sua origem, nem almejarão o seu fim. Estarão abertos para o que vier, e para o que se for deixarão passar sem pensar mais».
  (... continua) 
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