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O Tauísmo - 1ª Parte

de Lubélia Travassos

em 16 Abr 2007

  (...anterior) Tanto para o homem do “Te”, como para o criador de macacos qualquer solução é válida, eles não são indiferentes ao resultado, mas não se importam com a forma que o mesmo tomará, interessa-lhes sim ter o cuidado de anular a discórdia e fazer com que cada um encontre a felicidade seguindo a sua própria verdade.

Chuang-Tzu também conta que certos seres subtraídos pelo despertar de um sonho alegre, sentem-se desolados; outros, libertos pelo despertar de um sonho triste, regozijam-se. Ainda outros, enquanto sonhavam, acreditaram na realidade do seu sonho, e após o seu despertar disseram para si que afinal não passara de um sonho em vão. Os homens, na verdade, deixam-se iludir pelas aparências e atribuem à vida um valor “absoluto”, determinante, que ela não tem, advindo daí a sua aflição e tristeza.
Para Chuang-Tzu a vida e a morte não são mais do que estados diferentes de uma mesma continuidade ou, segundo a sua própria versão, metamorfoses de formas semelhantes. Por isso, não se deve confundir a morte corporal com a extinção da existência. Diz Chuang-Tzu: «A glória do homem é compreender que todos os seres são um único complexo universal; que a vida e a morte são duas modalidades de um mesmo ser... Todas as coisas são uma. Gostamos do que é vivo, mas tememos o que está em decomposição. Todavia, o que neste momento está em vias de apodrecer renascerá para a vida, e esta vida uma vez mais definhará».
A fim de ilustrar semelhante continuidade, ele conta uma história onde compara a "morte" com o estado de "não nascido". «Vivia entre a gente de Wei um homem chamado Wu. Este homem tinha um filho, que amava mais do que tudo no mundo. Acontece que o filho morreu e esta morte não o afligiu de modo nenhum. As pessoas ficaram muito surpreendidas com o seu procedimento e, por fim, alguém fez-lhe notar a sua admiração. Respondeu Wu: «Houve um tempo em que eu não tinha filho; nessa época não sentia qualquer tristeza. Agora o meu filho morreu, voltei de novo à mesma época em que não tinha filho. Porque hei-de então ficar triste?».

Vejamos, a seguir, mais uma história semelhante, que demonstra o humor Tauísta, mas desta vez diz respeito ao próprio Chuang-Tzu, contada por Lie-Tzu: «Quando a sua mulher morreu, o amigo Hui-Tzu foi a casa de Chuang-Tzu, para visitá-lo e tomar parte nas cerimónias fúnebres. Para grande surpresa, Hui-Tzu encontrou Chuang-Tzu sentado no chão, com uma tigela virada ao contrário sobre os seus joelhos a tamborilar nela e a cantar uma canção. Disse-lhe Hui-Tzu: «Afinal de contas ela vivia contigo, educou os teus filhos, envelheceu ao teu lado. Que tu não chores por ela já não é nada bom, mas deixares os teus amigos encontrarem-te a tamborilar e a cantar já é ir demasiado longe». «Estás a julgar-me mal» retorquiu Chuang-Tzu. «Quando ela morreu fiquei desesperado, tal como qualquer homem se poderá sentir. Contudo, depois de ponderar rapidamente no que aconteceu, disse para mim mesmo que na morte nenhum destino novo e estranho nos acontece. No princípio não só precisamos da vida, como também da forma.
Depois não só da forma como também do espírito. Sentimo-nos misturados numa grande massa, sem quaisquer traços característicos indistinguíveis. Então, chegou uma altura em que a massa segregou o espírito, o espírito segregou a forma, a forma segregou a vida. E agora a vida, por sua vez, segregou a morte. Por que, tanto a natureza como também o ser humano têm as suas estações, a sua sequência de primavera e Outono, de verão e Inverno. Sabemos que se alguém estiver cansado e for descansar nós não deveremos perturbá-lo, falando ou gritando. Por conseguinte, aquela que eu perdi foi-se deitar a dormir por um momento na famosa sala secreta. Interromper o seu sono, com barulhos e lamentações, demonstraria que eu não entendo nada da lei suprema da Natureza. Eis a razão por que eu deixei de chorar».
   


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