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Jesus Cristo segundo Rudolf Steiner - 2ª Parte

de Zelinda Mendonça

em 05 Mar 2011

  A natureza dos mistérios pré-cristãos ficará bem ilustrada se observarmos os chamados mistérios persas ou os mistérios de Mitra. Havia ali sete etapas de iniciação. Aquele que deveria ser elevado aos graus superiores da vivência espiritual passava pelas seguintes etapas: “Corvo”, “Oculto”, “Guerreiro”, “Leão” e no 5º davam-lhe o nome do povo a que pertencia. No 6º grau ele se tornava um “Herói Solar” e no 7º um “Pai”.Em relação aos quatro primeiros graus é suficiente dizer-se que o discípulo era introduzido numa vivencia espiritual cada vez mais profunda. No 5º grau a pessoa alcançava a capacidade de tornar-se um protector espiritual de todo o povo a que pertencia. Naquela época uma pessoa iniciada no 5º grau tinha uma determinada participação na vida espiritual.Os povos da Terra são conduzidos pelas entidades espirituais chamadas Arcanjos.

2.2.5 - Os mistérios pré-cristãos

O iniciado no 5º grau era elevado a essa esfera dos Arcanjos, nela participando. Eram necessários tais iniciados na Terra para guiar a humanidade

Como se alcançava o 5º grau de iniciação? – A alma era levada para fora do corpo (era essa a iniciação), ela tinha de abandonar a Terra, ascender ao mundo espiritual.
Quando era alcançado o 6º grau da iniciação antiga, o grau de “Herói Solar”, então se activava na alma da pessoa não só o que era necessário para guiar e dirigir um povo, mas algo mais elevado.
Se olharmos à evolução da humanidade na Terra veremos como os povos surgem e desaparecem, como os povos se transformam. Tal como as pessoas também os povos nascem e morrem. Mas o que um povo realizou para a Terra deve ficar preservado na evolução terrena global. E para que o trabalho de um povo pudesse ser continuado para além dele pelos espíritos a quem isso compete eram necessários os Heróis Solares, pois o que vive na alma de um desses Heróis Solares pode ser lido nos mundos superiores.
O Herói Solar, também tinha de sair do seu corpo, e enquanto permanecia fora dele, tinha o Sol verdadeiramente como morada.

Durante a sua iniciação ele está rodeado pelos planetas do sistema solar, durante a sua iniciação ele tinha que ser transportado para o Sol. Nos antigos mistérios isso só podia ser alcançado fora do corpo; e quando retornava a ele o iniciado se lembrava do que havia vivenciado fora do corpo, podendo empregá-lo como força para actuar na evolução e para o bem da humanidade inteira, então possuíam a força capaz de canalizar o trabalho de um povo para a evolução de toda a humanidade.
O que vivenciavam os Heróis Solares durante os três dias e meio que durava a iniciação? - Vivenciavam a comunhão com Cristo, que antes do mistério do Gólgota, ainda não estava na Terra.
Todos os antigos Heróis Solares ascendiam às altas esferas espirituais. Na Antiguidade só se podia entrar ali em comunidade com Cristo. Foi daquele mundo, ao qual os antigos iniciados tinham de ascender na sua iniciação, que Cristo desceu para a Terra.
Podemos pois dizer que em épocas antigas Cristo era alcançado por poucos mediante todo o procedimento iniciático, mas nos dias do Pentecostes foi alcançado, como que por um acontecimento natural, por todos os apóstolos de Cristo.
Na Antiguidade os homens tinham de ascender a Cristo, agora Cristo desce até eles.

Os apóstolos, num certo sentido, tornaram-se portadores daquele conteúdo máximo que os antigos heróis solares guardavam nas suas almas.
A força espiritual do Sol se havia derramado na alma dos homens, e a partir dali, continuou actuando na evolução da humanidade.
Para que tudo isso pudesse realizar-se, foram necessários os acontecimentos da Palestina.
Quem pensa que um espírito não sofre não conseguirá imaginar correctamente a infinita dor que o espírito de Cristo experimentou durante aqueles dias da Palestina.

Esse espírito viveu três anos no mundo físico e experimentou a morte no Gólgota, e antes tinha vivido em condições totalmente diferentes das terrenas – isso quer dizer que esse espírito não tivera um carma terrestre por isso todas as experiências e vivências pelas quais passou Cristo ganham um significado totalmente diferente das experiências atravessadas por uma alma humana.
Se nós sofremos, se passamos por esta ou aquela experiência, sabemos que o sofrimento está fundamentado no nosso carma.
Em Cristo isso significa um sofrimento não merecido, sem sentido cármico, um sofrimento inocente.
O 5º Evangelho mostra-nos a única vida terrena de 3 anos em que não se aplica, no sentido humano, o conceito de carma e que tampouco produziu carma.
O 5º Evangelho nos revela, por meio da visão clarividente retrospectiva que no início do seu caminho na Terra, Cristo não se unira completamente ao corpo de Jesus, havendo apenas uma ténue ligação entre o ser de Cristo e o corpo de Jesus.
  (... continua) 


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