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Olhando para a Natureza da Mente - 2ª Parte

de Sakya Trizin

em 24 Ago 2011

  (...anterior) Também continuou desde a nossa vida anterior, continua através desta vida, e continuará para a nossa próxima vida.

Poderíamos dizer que a claridade da mente é um aspecto da mente. Cada e todas as coisas têm características especiais que as distinguem das outras coisas. Por exemplo, as características especiais duma flor são que possui pétalas, uma cor particular, uma forma particular. É isso que faz dela uma flor. É diferente das outras coisas, é diferente de um microfone, ou duma mesa. As mesas não têm pétalas, tal como as flores; os microfones não têm a mesma cor ou forma tal como têm as flores.

Do mesmo modo, a característica especial da mente é claridade, a continuidade da claridade. Não podemos dizer que a mente existe, nem podemos dizer que ela não existe, porque há uma mente. É a mente que faz tudo. É a mente que faz as coisas correctas, é a mente que faz as coisas erradas. É a corrente, a continuidade da claridade que é a característica especial da mente. Portanto a primeira parte é reconhecer a claridade da mente.

O segundo aspecto da mente é o vazio. Precisamos de nos perguntar: onde está esta claridade? De onde surge? Para onde vai? De facto, é vazia, nunca surge, nunca está e não tem causa.

Se está, tem de residir dentro do corpo, ou fora do corpo, ou por entre o corpo; tem de ter uma forma ou cor particular, mas não tem. Então a natureza da mente é vácuo, é vazio. O aspecto vácuo é vazio. Vazio é outro aspecto da mente. A natureza da mente é o vazio, e a sua característica especial é claridade. O vazio é inseparável da claridade. A própria claridade é o vazio. O próprio vazio é claridade. Se procurarmos pela mente, não a encontraremos em qualquer local, em qualquer forma, em qualquer cor, em qualquer parte do corpo, portanto é vazio. Mas mesmo assim há uma mente. Não podemos dizer que não existe mente. Se não houver mente, quem é que pensa, quem experiencia a felicidade e o sofrimento?

Assim poderíamos dizer que a mente é uma combinação dos dois, claridade e vazio. Claridade e vazio são inseparáveis. Embora claridade e vazio pareçam contraditórios, são inseparáveis como o fogo e o seu calor. Não podemos separar o fogo do seu calor. O próprio fogo é calor, o calor é fogo, são inseparáveis. Do mesmo modo, claridade e vazio são inseparáveis, e juntos são a verdadeira natureza da mente.

A natureza da mente é o vazio, e a sua característica especial é claridade. O vazio é inseparável da claridade. A própria claridade é o vazio.

A mente tem três aspectos. A claridade é um aspecto, e um outro aspecto é o vazio. A combinação destes dois aspectos, a sua inseparabilidade, é a verdadeira natureza da mente. E assim, na fundação sólida de uma concentração muito clara, tentamos meditar sobre a claridade, vazio e a combinação dos dois. Eventualmente concluiremos que não há meditador, nem método de meditação, nem a própria meditação. Está tudo para além dos nossos conceitos mentais; todas as coisas que vemos, todas as coisas que fazemos, estão ao nível relativo. O nível relativo da mente não consegue compreender o absoluto. O absoluto está distante de todos os extremos, por exemplo, do conceito de existir ou não existir. As pessoas comuns nem sequer se incomodam em procurar o significado da vida, porque é que estamos aqui, porque é que temos de percorrer esta vida. Tomam as coisas como são. Mas as pessoas mais inteligentes, as escolas diferentes de pensamento, escolas budistas, escolas não budistas conceberam muitas, muitas filosofias diferentes.

Muitas culturas diferentes e muitas religiões diferentes tentaram descobrir o que é esta vida, qual o seu significado real, a razão de estarmos aqui, como tudo apareceu. E todas chegaram a conclusões diferentes. Têm todas algo a dizer como: “a vida é isto, é criada deste modo, ou daquele modo, ou o criador fê-lo, ou tudo é mente, projecções mentais”, e por aí fora. Contudo no budismo, há uma filosofia que difere das restantes.
  (... continua) 
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