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Aqui também, a criatividade na Arte do Pensamento presta homenagem ao Ser, e para além de autores já consagrados, damos espaço aos jovens valores que connosco queiram colaborar em vários temas.

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Efemérides do Oriente e do Ocidente

de Pedro Teixeira da Mota

em 07 Jun 2017

  1. Segundo certas tradições, entra no Mahanirvana, a grande extinção do ego e da separatividade em relação à Unidade, Siddhartha Gautama Sakya, o Buddha, o iluminado, em 483 A.C. em Kusinara, no actual Nepal. Deposta a vestimenta terrena, o corpo espiritual desprende-se da terra e a essência de pura luz desabrocha totalmente (ou mais...), mas também inefavelmente - quantos discípulos e discípulas junto aos seus mestres ou mestras em tal momento sentiram e viram o que se passava? - e daí os mistérios e interrogações que a religião budista gerará quanto ao nirvana, à continuidade do espírito individualizado, ou ainda à existência da Divindade ou do Absoluto. De qualquer modo, como terapêutica libertadora do sofrimento e da ignorância primária e como caminho de não-violência, compaixão e discriminação, o Budismo caminhará luminosamente ao longo dos séculos, com uma divisão básica: Via Pequena, Hinayana, mais formal e nua, e a Grande Via Mahayana, sobretudo desenvolvida nos Himalaias e Tibete, mais mágica e carregada de entidades, rituais e iniciações.

As efemérides do encontro do Oriente e do Ocidente, Índia e Portugal

Com a queda do Tibete livre, o Budismo Mahayana tem-se espalhado selectivamente por todo o mundo, com a irradiação pessoal do Dalai-Lama a destacar-se, embora também a linha Hinayana, sobretudo da Tailândia, tenha conseguido erguer os seus mosteiros no Ocidente, tal o de Amaravati, em Hemel Hempstead, Inglaterra, ou mesmo já hoje em Portugal, na Ericeira, Quinta do Pinhal, Cabeça Alta, onde monges como os Ajahns Dhammiko e Appamado transmitem em português o Budismo Theravada da Floresta. Os encontros mais ecuménicos ou pelo menos dialogantes dos Budistas com os Cristãos portugueses no tempo das navegações XVI e XVII passaram-se no Tibete, China e Japão (§). Eis um excerto do testamento final de Gautama transmitido através da sua fala ao fiel e mais íntimo discípulo Ananda: «Sede vós para vós, Oh! Ananda, o vosso próprio archote e o vosso próprio recurso, não procurai outros apoios. Que a verdade seja o vosso archote e o vosso apoio, não procurai outros apoios... Aquele que será o seu próprio archote e recurso... e o que faz da verdade o seu guia e fundamento, sem se socorrer de mais nada, esses serão, Oh! Ananda, os meus verdadeiros discípulos, os que seguem a boa maneira de viver».

2. O papa Paulo III em 1537 pela bula Sublimis Deus declara não só que os Índios da América são capazes de receber a fé e os sacramentos cristãos, como os defende energicamente: «Nós decidimos e declaramos que os chamados indígenas, bem como todos os que vierem a entrar em relação com a cristandade, não deverão ser privados da sua liberdade e bens — não obstante as alegações contrárias — ainda que eles não sejam cristãos». Por detrás desta vitória estava a mão e a vida do Padre Bartolomeu de las Casas e atalhava-se assim a cupidez de colonos espanhóis e portugueses que alegavam serem os Índios animais privados de razão. No Brasil, os jesuítas Manuel da Nóbrega, José Anchieta e António Vieira destacar-se-ão como defensores firmes dos seus direitos.
Naufrágio da nau “S. Gonçalo” no imponente Cabo da Boa Esperança neste dia em 1630. Os sobreviventes experimentam a vida selvagem, ou a de Robinson Crusoé, até construirem com os restos da nau dois barcos, dos quais um regressa a Goa e o outro naufraga já na barra de Lisboa.
D. Joana de Castro, a crioula Begun, filha dum francês e duma indo-portuguesa de Baçaim, nasce em 1706. Casada duas vezes com franceses, vem a ser uma excelente governadora de Pondichery, com o marquês de Dupleix, na orientação do Estado Francês na Índia.

3. Manuel Faria e Sousa, escritor de grande cultura e subtileza, embora para historiador com demasiada criatividade imaginativa, morre neste dia em 1649 e o corpo é sepultado na Igreja dos Premonstratenses (ordem fundada em França no séc. XII), na corte de Madrid. Comentador da obra de Camões, defendeu as suas utilizações de acusação de heterodoxo, autor prolífero, com obras de engenho simbólico, foi um dos elos da Cavalaria do Amor, segundo Sampaio Bruno (§). Na introdução à sua monumental Ásia Portuguesa mostra bem a sua visão espiritual dos seres e dos portugueses: «Os corações portugueses não cabiam já na pequenez do seu reino. Desse modo, uma ousadia sublime os foi dilatando a tal ponto que os colocou em absoluta necessidade de se alargarem tanto que acabaram por exceder a quantidade de matéria-prima». «Nos assaltos às praças, ou expugnáveis ou duvidosas, obstinavam-se mais intrépidos os seus peitos, porque já os seus espíritos parecia estarem dentro delas... Na medida dos feitos, subiram as utilidades e, com estas, os vícios... Veremos alguns entrarem pobres na Índia rica, e, para de lá saírem riquíssimos, deixarem-na pobre, o que é bem para lastimar. Mas há muito mais: que não bastou o exemplo de alguns terem saído dela sem caudal, quando ela estava caudalosa, para que de lá não saíssem com grande substância, quando ela estava soltando gemidos de pura miséria».
  (... continua) 


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