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Reparações históricas
de Maria Ferreira da Silva
em 26 Jun 2024
A História é História, não tem erros. Se quiséssemos corrigir a História não seria a mesma história, pois estaríamos a adulterá-la. Pedir desculpa pelos factos históricos não faz sentido, pela simples razão de se estar a assumir os feitos dos outros, de outras épocas, de outras mentalidades e circunstâncias. E serão erros ou necessidades? O ser humano não sabe nem conhece nada das necessidades e propósitos da evolução da humanidade aos níveis espirituais superiores, para julgar os factos de outras épocas ou civilizações. O rumo da vida segue fazendo História a cada instante, marcando o passado, delineando o futuro.
Não são os portugueses orgulhosos da sua História que criticam factos, mas os que vêm de fora, usando abusivamente a palavra racista contra os portugueses. Na verdade, se não fosse a ida dos portugueses por esse mundo desconhecido, não teriam agora (os de hoje), tão fácil acesso à integração na vida portuguesa, como se vê em todos os setores da nossa sociedade.
Para muitos, este fácil acesso é, obviamente, pela Língua. Cabe perguntar porque protestam? Eu respondo. É a forma de serem sempre as vítimas, que assim podem culpabilizar qualquer agente das suas desgraças.
Convém lembrar, portanto, que noutras épocas fomos levar a civilização a outros povos e, agora pelo intercâmbio, eles podem colher os frutos da civilização europeia, onde Portugal lhes dá guarida, quer sejam, africanos, indianos, brasileiros, chineses, árabes e tantos outros, e se assim não fosse, não viriam “beber” desta evolução material, mental e espiritual dos europeus. Onde se justifica reparações ou pedidos de desculpa?
O “fito” que leva à imigração, implica naturalmente, a esperança numa melhoria financeira, mas este é o mote que insta a procurá-la na Europa, contudo, o que está por detrás desta demanda é o envolvimento da humanidade na evolução ao nível mental e espiritual, que os europeus foram conquistando nas últimas décadas; pela liberdade, pela paz e pelo labor, fomentando assim riqueza e, sobretudo, respeito pelos direitos humanos. Mas, também pela grande riqueza cultural e religiosa-espiritual que se desenvolveu na Europa, e que irá contribuir para a evolução destes povos migrantes assimilarem nova mentalidade.
Infelizmente o ser humano comum não enxerga outra compreensão, senão aquela que os seus olhos veem e suas emoções sentem. O curso da evolução da humanidade tem propósitos que a razão normal não compreende, ficando aquém da realidade. Segue pequeno excerto do livro, “A Felicidade do Caminho”.
«Vimos já que o elo das civilizações e entre os povos, não se mantém só pelo registo histórico, mas pela lei imperiosa do karma, com as reencarnações e, embora os homens não tenham integradas nas suas memórias, as vidas passadas de uma forma consciente, elas, porém, permanecem no subconsciente. Sem esse elo de continuidade, a evolução seria um caos, sem sentido, sem objectivo. É a reminiscência que impulsiona as acções, os movimentos, os acontecimentos. A demanda de lugares, ou mesmo de outros países resulta da atracção do karma, aonde se volta para redimir de vez o karma pessoal ou social. Há naturalmente um encadeamento de tudo em todos, ninguém está isolado no seu karma e dharma.»
A amalgama de povos que já se encontra pelos diversos países da Europa foi facilitada, exactamente, porque houve gente ousada que se aventurou pelos mares ao encontro de outros horizontes assentes em terras e culturas desconhecidas, levando por seu lado o conhecimento e a religiosidade, que em muito contribuiu para a evolução global da humanidade.
Não foi por acaso, pois a evolução tem um propósito, e onde aqueles povos que se encontravam já estagnados foram obrigados a evoluir pelo impulso e ímpetos dos mais adiantados ou ousados. Estes encontros fomentaram, obviamente, de parte a parte motivo de progresso humano. Assim, a História é contada a cada milésimo de segundo do nosso tempo e vida, narrando-a de forma natural, pausada e inequivocamente.
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