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Manter a Saúde
de Maria
em 16 Nov 2008
Se algo simples e natural existe com efeito terapêutico para atenuar uma enfermidade, é sem dúvida o parar: ajustar o ritmo, o rumo e as prioridades. Mesmo que o silêncio ou a inacção pareçam uma fuga ou uma ociosidade, parar é curativo por si mesmo. A simples contemplação de uma paisagem ou uma imagem de devoção poderá constituir um passo para a cura.
A paragem ou o abrandar do ritmo de vida é a forma de acabar com o stress tão prejudicial à saúde. O stress, pode ser provocado, não só por acções em demasia, exagerado movimento, como pela necessidade de resolver muitos problemas em simultâneo, mas também, pode ser causado pela inacção e expectativa resultando em ansiedade e finalmente em depressão. Na base do stress está uma hormona, a cortisona, e a produção (concentrada) excessiva de cortisona pode danificar certas estruturas cerebrais e afectar determinados neurotransmissores.
Assim, o parar, pode por si só, debelar uma doença, pois a energia poupada (recuperada) no repouso pode fluir por todo o organismo beneficiando os órgãos mais necessitados, devolvendo-o à normal funcionalidade.
Parar, olhar para si mesmo! Contudo, é bom que se aprenda a fazê-lo, mesmo antes de vir a contrair alguma doença, porque senão, será a tal obrigado, infelizmente quando ela já se instalou, e nesse caso, só resta na realidade, assumir a melhor atitude frente à divina Providência, que impõe mesmo a paragem e a reflexão forçada, condicionantes que levam, obrigatoriamente, a tomar nova direcção quer interna quer externa. Adoptar formas positivas de viver, de pensar e de agir connosco e com os outros, dizem, até já hoje, os cientistas, que ajuda à cura de muitas doenças ou mesmo pode preveni-las. Recentes investigações na área da neurociência revelam, que existe um circuito no nosso cérebro que se activa quando acreditamos que uma terapia vai resultar, remetendo neste caso, a cura de uma dor ou de uma doença para uma crença, confiança e fé, tendo este circuito cerebral propriedades positivas para a saúde.
Felizmente, que a medicina por meios de observação, chega a conclusões tão importantes como as do âmbito religioso e espiritual, que só vem confirmar o que há centenas, senão milhares de anos, ensinam os filósofos, metafísicos e religiosos da Índia sobre a via do auto-conhecimento e da evolução espiritual consciente. É dentro de sistemas de Yoga, como por exemplo, o de Patañjali ou ainda do mais metafísico, o Advaita Vedānta, que asseguram, que, o melhor desempenho e felicidade vem quando usamos correctamente a mente, onde o cérebro faz o seu trabalho natural, proporcionando saúde e equilíbrio e, quando faz o contrário, surge o desequilíbrio e a doença.
As pessoas com valores altruístas, sentimentos de fé, ou algo que apele e inspire à ligação com a Transcendência, desenvolvem naturalmente a devoção; a devoção desenvolve o amor universal e o amor provoca a felicidade interna, sendo esta uma fonte para a saúde. Direccionar-se por entre valores superiores (finalidade humana), ajuda o próprio cérebro nas suas funções neuronais, ou leva a novas ligações que beneficiam áreas importantes, desencadeando o bem-estar físico, mental e espiritual pela atitude positiva no viver, que gera por sua vez, equilíbrio e confiança. Este é o caminho certo para manter a saúde. O cérebro é um órgão em constante evolução (mutação) muda e é moldado com as experiências ao longo de uma vida.
O simples rumor de água deslizando, o som do bater das ondas, ou as formas inspiradoras das nuvens ondulantes, também podem contribuir para estabilizar a saúde, ao fluir com a própria Natureza, pois têm o poder de acalmar a mente e o coração, predispondo espontaneamente para a paragem da acção física e mental. A cada instante podemos usufruir da quietude da Natureza se prestarmos atenção ao seu murmurar, seja na melodia dos pássaros ou no ecoar de folhas levadas pelo vento; o importante é escutar, dar atenção, concentrar a mente nesse algo que nos chama. O perfume de uma flor pode ter o mesmo efeito de evocar serenidade.
Segundo as estatísticas, 15º/ da população ocidental sofre de depressão. Poderá, eventualmente, um indivíduo nascer com uma propensão genética, mas para além do meio ambiente em que se nasce, cultura e educação ela pode ser diminuída ou aumentada.
(... continua)
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